Bem vindo a página de estudos sobre Friedrich Froebel

Este blog foi criando no contexto da disciplina de Teorias em Pedagogia do curso de Pedagogia Noturno da UFMG com o objetivo de compreendermos o contexto histórico, político e educacional vivido por esse pensador e as influências que as suas teorias pedagógicas tiveram nos contextos educacionais de sua época e no contexto atual.







segunda-feira, 3 de maio de 2010

Estrutura da Educação

As ideias que fundamentaram a Revolução francesa, contribuíram com a origem da educação nacional no século XVIII. Esse que foi considerado como o século das luzes e teve a atuação dos chamados “déspotas esclarecidos”[1], adotaram muitas das ideias do Iluminismo, e criaram escolas do estado. No final da década da Revolução Francesa, surgiu o Romantismo; como tendência militante e consciente, na Grã-Bretanha, França e Alemanha. As ideias sobre a infância, difundidas pelo movimento romântico, alicerçaram os trabalhos de muitos educadores, inclusive de Froebel. Neste século se desenvolveu a educação estatal, com maior participação das autoridades oficiais no ensino; houve o começo da educação universal, gratuita e obrigatória em nível primário e acesso do estudante burguês aos graus superiores; a ideia de laicismo do ensino, substituindo-se o ensino de religião pela instrução; orientação cívica e patriótica baseada em princípios democráticos e de liberdade.
Tais princípios foram adotados por quase toda Europa central e pelos Estados Unidos no âmbito da estruturação dos seus sistemas nacionais de ensino. Pois, com as transformações no capitalismo, com as mudanças científicas e tecnológicas, a criança precisava de cuidados para atuar no futuro. E as mulheres passam a ter acesso à educação.
Para Froebel a mulher possui naturalmente os tributos necessários para ser uma educadora.
elegerá a família cristã base da vida do indivíduo, a mãe como seu alicerce e a criança como centro e razão da existência de ambos (ARCE, 2002, p. 122).

A sociedade capitalista, através da ideologia burguesa, propõe que a criança como um ser a-histórico, a-crítico, e economicamente não produtivo, precisa do adulto para cuidar. “Isso justifica a subordinação da criança perante o adulto” (http://www.uff.br/feuff/departamentos/docsorganizacao_mural/educacao_infantil_e_ leis.doc). A constituição de Estados laicos trouxe modificações sociais e intelectuais, mudando a visão que se tinha em relação à criança. Porém, a infância na classe burguesa é tratada diferentemente da pobre, passa-se a ter amor por aquela. Porem, de acordo com Arce, em Froebel percebe-se a ausência da preocupação com a melhoria da qualidade de vida das pessoas que viviam em situação de pobreza, uma vez que:

O educador alemão focaliza em sua obra sujeitos abstratos, não se importando com sua condição social, com as condições nas quais transcorre sua vida cotidiana (ARCE, 2002, p. 122).

Portanto, a organização do sistema escolar se fazem pelo primário para as classes populares, de pouca duração, com ensino prático para formação de mão-de-obra; e o ensino secundário para a classe burguesa de longa duração, com o interesse de formar eruditos, pensantes e governantes. No final do século XIX, difunde o ensino superior na burguesia.
No Brasil do século XVIII a educação estava a cargo dos jesuítas, que aportaram em terras brasileiras no século XVI e ergueram a primeira escolar elementar brasileira, moldando a educação brasileira aos costumes europeus. No mesmo século foi instituído a instrução primária gratuita para os cidadãos, porém não se falava em universalização e nem obrigatoriedade. Porém, nos Regulamentos da Instrução Pública sempre foi proibido à educação pública aos escravos, mais tarde as pessoas que nasceram livres e nunca foram escravizadas podiam frequentar essas escolas. A criança branca burguesa, aos 6 anos, era iniciada nos primeiros estudos de línguas, gramática, matemática e boas maneiras:

As primeiras iniciativas voltadas à criança tiveram um caráter higienista, cujo trabalho era realizado por médicos e damas beneficentes, e se dirigiram contra o alto índice de mortalidade infantil, que eram atribuídas aos nascimentos ilegítimos da união entre escravas e senhores e a falta de educação física, moral e intelectual das mães
(http://www.uff.br/feuff/departamentos/docsorganizacao_mural/educacao_infantil_e_leis.doc).


Referências Bibliográficas:
ARCE, Alessandra. A Pedagogia na “Era das Revoluções”: uma análise do pensamento de Pestalozzi e Froebel. Campinas: Autores Associados, 2002, p. 101-103; 122-136; 178-200.

ARCE, Alessandra: Jardineira, tia e professorinha: a realidade dos mitos. Dissertação de mestrado. Campo-Grande, 1997, MS: UFMS.

ARCE, Alessandra. Friedrich Froebel: o pedagogo dos jardins de infância. Petrópolis: Vozes, , p.35-72.;83-86.

Dicionário Enciclopédico Ilustrado: Veja Larousse. São Paulo: Ed. Abril, 2006, Vol. 08.
NOVA ESCOLA. Edição Especial, n 10. Grandes Pensadores: vida e obra de Educadores que fizeram história, da Grécia antiga aos dias de hoje. Friedrich Froebel: o educador das crianças pequenas. São Paulo: Fundação Victor Civita, p. 37 a 39.

KUHLMANN, M., BARBOSA, M. C., (1998). Pedagogia e rotinas no jardim-de-infância. In: KUHLMANN, M. Infância e educação infantil; uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação
1http://www.adonaimedrado.pro.br/principal/index.php?option=com_content&view=article&id=56&Itemid=97. Acesso em: 01/05/2010
http://www.estudantedefilosofia.com.br/conceitos/educacaonosseculosxviiexix.php. Acesso em: 01/05/2010
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo_018.html. Acesso em: 01/05/2010
http://www.uff.br/feuff/departamentos/docs_organizacao_mural/educacao_infantil_e_leis.doc. Acesso em: 01/05/2010


Grupo: Guilherme Macedo, Thais Frauches, Juliana Horta, Juliana A Fortunato, Márcia Pascoal e Maria Aparecida de Moura.

[1] Déspotas Esclarecidos-Governos do séc. XVIII que visavam à conciliação do poder absoluto com o desejo de progresso. Dicionário Enciclopédico Ilustrado, Veja Larousse.

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