Bem vindo a página de estudos sobre Friedrich Froebel

Este blog foi criando no contexto da disciplina de Teorias em Pedagogia do curso de Pedagogia Noturno da UFMG com o objetivo de compreendermos o contexto histórico, político e educacional vivido por esse pensador e as influências que as suas teorias pedagógicas tiveram nos contextos educacionais de sua época e no contexto atual.







segunda-feira, 3 de maio de 2010

Contexto Político e Econôminco

FROEBEL (1782-1852)



Froebel viveu em uma época que a Europa atravessava um intenso período de guerras e conflitos por seus territórios.
Duas tendências históricas são essenciais para a compreensão da obra de Froebel. A primeira é a valorização da infância (que passou, entre os séculos XVIII e XIX, a ser encarada como uma fase da vida com particularidades bem marcantes e com duração longa, pois foram atribuídos à criança modos de pensar e sentimentos anteriores à razão e aos bons costumes.). Cerca de um século antes do nascimento de Froebel, tamanha era a mortalidade infantil que a infância não passava de um período de experiências para candidatos a adultos. Na Idade Média, a idéia de infância simplesmente não existia: as crianças eram adultos esperando adquirir a estatura "normal".
E a segunda tendência histórica marcante do período em que este grande pensador viveu foi o individualismo burguês, simbolizado pela figura de Napoleão, que encarnava o ideal do homem que se fez sozinho e se tornou imperador da França.


1. Revolução Industrial (Séculos XVIII e XIX):


A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.
Ao longo do processo, a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos. (HOBSBAWN, 2003).
Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.





Gráfico da transição demográfica na Inglaterra e País de Gales (baseado em P.C.Beltrão "Demografia: Ciência da População, Análise e Teoria", Sulina, 1972)







(Mecanização da produção – século XVIII)








2. Revolução Francesa – séc. XVIII:


A fumaça das indústrias e a exploração dos trabalhadores era o preço exigido pelo capitalismo para a Revolução Industrial e todo o desenvolvimento econômico por ela gerado. Todavia, se por um lado a economia européia do final do século XVIII e primeira metade do século XIX foi essencialmente formada pela Grã-Bretanha, por outro lado, a França alicerçou a ideologia política da sociedade capitalista européia desse período através da Revolução Francesa. Segundo Hobsbawn (1996a) a França forneceu o vocabulário e os temas da política liberal e radical democrata para a maior parte do mundo. A Revolução Francesa foi ecumênica e radical. As principais categorias para uma concepção de desenvolvimento de uma sociedade baseada no modelo liberal burguês foram fornecidas pela França e pelo Iluminismo, dentro do qual a educação passou a desempenhar um papel muito importante pois ela seria o único instrumento capaz de formar o cidadão para o novo regime pelo qual se ansiava.

Em conseqüência da Revolução Industrial na Inglaterra e da Revolução Francesa, os poderes das sociedades eram submetidos a mudanças estruturais em toda a sua esfera, utilizando-se do campo da política e da educação. De acordo com Arce (2002):

“Enquanto a Grã-Bretanha procurava aperfeiçoar o modo de produção e expandir seus mercados, na França os interesses do velho regime feudal e os da classe burguesa em ascensão mostravam-se cada vez mais conflituosos no plano da política”. (ARCE, 2002. p. 23)






(A Liberdade Guiando o Povo, por Eugène Delacroix)




(França Napoleônica)




3. Iluminismo (Início do século XVIII):


É um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, sociais, políticas, correntes intelectuais e atitudes religiosas.
O Iluminismo levantou questões filosóficas que pensavam a condição e a felicidade do homem, o movimento iluminista atacou sistematicamente tudo aquilo que fosse considerado contrário a busca da felicidade, da justiça e da igualdade.
Por essas noções instalava-se uma noção otimista do mundo que não teria como interromper seu progresso no momento em que o homem contava com o pleno uso de sua racionalidade. Os direitos naturais, o respeito à diversidade de idéias e a justiça deveriam trazer a melhoria da condição humana. Oferecendo essas idéias, o iluminismo motivou as revoluções burguesas que trouxeram o fim do Antigo Regime e a instalação de doutrinas de caráter liberal.






(Frontispício da Encyclopédie (1772), desenhado por Charles-Nicolas Cochin e gravado por Bonaventure-Louis Prévost)



Bibliografia utilizada:

ARCE, Alessandra. Friedrich Froebel: o Pedagogo dos Jardins-de-infância. Petrópolis: Rio de Janeiro, Ed. Vozes. 2002.

FROEBEL, F. A educação do homem. Trad. Maria Helena Camara Bastos. Passo Fundo: UPF, 2001.

NOVA ESCOLA. Friederich Froebel: o educador das crianças pequenas. Revista Nova Escola Edição Especial Grandes Pensadores: vida e obra de educadores que fizeram história, da Grécia antiga aos dias de hoje. Vol. 2.


Grupo: Amanda Mendes, Ana Carolina Campos, Carolina Amaral, Lívia Henriques.

Nenhum comentário:

Postar um comentário